Existem diversos vídeos ou livros de autoajuda que afirmam que devemos nos olhar no espelho, bater no peito e afirmar para nós mesmos, todos os dias, que estamos prontos para atingir todos nossos objetivos. Parece motivador, não é?
Por outro lado, são recorrentes os relatos de pessoas dizendo: “Comecei a estudar agora e não entendo nada, acho que não vou conseguir passar” ou ainda “Não me sinto capaz, estou pensando em desistir”.
Essas frases refletem uma insegurança natural, especialmente no início de um processo desafiador, como é o estudo para concursos – se você já teve pensamentos assim, saiba que não está sozinho!
Mas será que seguir afirmações positivas de autoajuda realmente ajudam? Ou podem, na verdade, causar mais frustração do que progresso?
A crise da autoajuda
Por mais bem-intencionadas que essas práticas de autoafirmação possam parecer, elas podem se transformar em armadilhas.
Imagine que você está começando algo novo e diz a si mesmo que está super preparado, mesmo sem ter a bagagem necessária. Será que vai acreditar mesmo nisso? Aposto que não, porque, lá no fundo, você sabe que está se enganando.
E está aí o problema: essa tentativa de pular etapas pode ser justamente a causadora da sua frustração. Tentar trazer para o presente o resultado de anos de esforço é simplesmente ignorar a lógica do progresso.
Dizer-se capaz sem estar preparado é enganar-se. Essa é a crise da autoajuda. E, pior: isso pode te levar a negligenciar o esforço necessário para construir as habilidades e o conhecimento que você precisa.
Construindo a sua capacidade
A verdadeira confiança surge, então, de um processo contínuo e consistente de esforço (um esforço inteligente, é claro).
Conforme você estuda e melhora de forma real e palpável, vai começar a se sentir capaz (e, agora, com razão!). Quando o edital sair e a prova estiver chegando, você poderá dizer com convicção: “Agora, estou pronto, apto e confiante”. E não o inverso.
Pense em um exemplo simples: uma pessoa sedentária que decide ir à academia pela primeira vez. No primeiro dia, ela pergunta ao personal trainer se consegue fazer 10 barras. A resposta, é claro, será negativa. Mas, após meses de treinamento progressivo, ao repetir a mesma pergunta, o personal provavelmente dirá: “Pode ser que sim, vamos tentar?”
O mesmo princípio se aplica ao aprendizado. No começo, é normal não se sentir inteligente, capaz ou pronto (e você pode estar certo). O importante é entender que essa situação não é uma sentença definitiva.
Com esforço direcionado, tempo e dedicação é possível construir o que quer que seja: você pode melhorar sua inteligência; melhorar sua capacidade de raciocínio; melhorar sua memória; avançar, aprender e compreender as disciplinas; melhorar o seu desempenho nas questões e, então, você pode sim melhorar a sua chance de ser aprovado na sua próxima prova.
Mudando a mentalidade durante as conversas internas
As conversas internas que temos conosco são muito importantes. A proposta aqui não é abandoná-las, mas sim mudar a abordagem de como as encaramos.
Se você não se sente capaz agora, pode ser verdade. Mas, você entendeu que não tem problema? Isso não significa que será assim para sempre.
Então, ao invés de mentir para si mesmo com afirmações genéricas, crie um diálogo interno mais verdadeiro e motivador. No lugar de afirmar “Eu arraso, sei tudo, vou fazer essa prova e acertar tudo!”, experimente dizer:
- “Ainda não domino esta matéria, mas vou trabalhar nisso todos os dias”.
- “Vou usar meu tempo de forma eficiente, manter constância e, em breve, verei resultados”.
Focar no processo faz com que sua conversa interna seja verdadeira e motivadora. Reconhecer onde você está agora e afirmar que, com esforço, pode chegar onde deseja, é a chave para o progresso.
Lembre-se, o importante é seguir firme no processo e acreditar que essa jornada vai te levar até onde você quer.
Estou aqui para te apoiar nessa caminhada!
Um abraço,
Laura.