Você segue o plano de estudos, mantém o foco, respeita os intervalos… mas, quando chega o fim do dia, a sensação é sempre a mesma: cansaço mental, dificuldade de concentração e aquela impressão de que nada rendeu como deveria.
Se isso soa familiar, pode ser que o problema não esteja no seu planejamento — e sim no que você está fazendo nas suas pausas.
Muitas pessoas que estudam para concurso, inclusive aquelas bem dedicadas, acreditam que estão fazendo tudo certo. Eu também achava. Fazia minhas pausas direitinho, entre um bloco e outro… até perceber que, no fundo, elas não estavam ajudando, mas sim drenando ainda mais energia do meu cérebro.
E tudo isso por conta de um erro comum (mas super fácil de corrigir), que pode estar sabotando o seu desempenho sem que você perceba. Neste artigo, quero te mostrar qual é esse erro e, claro, compartilhar dicas práticas de pausas verdadeiras, que realmente ajudam a mente a recuperar o fôlego.
Seu cérebro vai agradecer. E o seu resultado também.
A armadilha dos “descansos” que não descansam
Depois de uma hora de estudo, vem aquele intervalo de 10 ou 15 minutos. O celular está por perto, e a ideia é só dar uma olhadinha… Mas quando se percebe, o tempo foi embora entre TikTok, reels, stories, memes e mensagens no WhatsApp.
Parece inofensivo, né? Afinal, é só um momento de lazer durante o seu intervalo. Mas aqui está o ponto-chave: esse tipo de pausa não é um descanso de verdade e pode ser exatamente o que está minando sua energia ao longo do dia.
Por que mexer no celular não é uma pausa real?
Mesmo parecendo algo leve e divertido, esse hábito mantém seu cérebro em modo “ativo” e mentalmente acelerado. Quer ver só?
Enquanto você navega pelas redes sociais, o cérebro está:
- Tomando microdecisões o tempo todo (“curto ou passo?”, “respondo agora ou depois?”, “mando pra alguém?”);
- Processando uma avalanche de estímulos visuais e sonoros;
- Lidando com um volume altíssimo de informações em poucos segundos.
E tudo isso sem você nem perceber.
Ou seja, você sai do esforço de estudar direto para outro tipo de esforço mental. É como se, na academia, entre uma série e outra, você continuasse fazendo o mesmo exercício. Não é uma pausa, mas apenas mais do mesmo.
Assim, o esforço que seu cérebro faz ao estudar e ao mexer no celular é quase o mesmo: você exige dele o mesmo gasto energético, o mesmo processamento, o mesmo tipo de foco e atenção.
O problema é que, sem uma pausa verdadeira, o cérebro não consegue processar o que foi aprendido, nem “limpar” (restaurar) as conexões para se preparar para a próxima sessão de estudo.
E o resultado disso?
Fadiga mental, dificuldade de concentração, de reter e se lembrar do que foi estudado e sensação de esgotamento no fim do dia (mesmo que sua rotina de estudos esteja toda organizada com horários e intervalos).
Então, se os seus intervalos entre os blocos de estudo ou aquele lanchinho da tarde estão sendo passados rolando feed, vale parar e refletir: isso está te ajudando a descansar de verdade… ou só te deixando ainda mais sobrecarregado?
O que fazer nos intervalos, então?
Você deve estar pensando: “Tá bom, Laura. Mas o que eu faço no meu intervalo, se não posso mexer no celular?”
Ótima pergunta.
Para que uma pausa funcione de verdade, ela precisa permitir que o cérebro mude de ritmo, desacelere. A boa notícia é que existem formas simples (e até prazerosas!) de fazer isso.
Então, aqui vai uma lista com 9 ideias simples e eficazes do que fazer nos intervalos de 10 a 15 minutos entre uma sessão de estudo e outra!
9 sugestões que pausas para ajudar seu cérebro a recuperar o fôlego
✅ Prepare um café ou chá: só tome cuidado com o chá de camomila se não quiser ficar com sono.
✅ Brinque com seu bichinho de estimação: pode ser cachorro, gato, hamster, papagaio… o que for! Eles também merecem atenção — e o carinho deles tem um efeito superpositivo no nosso bem-estar.
✅ Levante e se alongue: alongue a coluna, as pernas, os braços, o pescoço… Respire fundo e movimente o corpo. Se você fizer yoga, melhor ainda!
✅ Desenhe, pinte, faça algo manual: lembra dos livros de colorir? Eles são ótimos para relaxar. Você pode ir completando um desenho aos poucos, a cada intervalo.
✅ Coloque a mão na massa com algum hobby: crochê, bordado, miçanga, origami… tudo isso acalma a mente. Às vezes não nos permitimos ter um hobby por falta de tempo, mas esse é justamente um tempo que pode ser aproveitado e que escapa despercebido quando ficamos nas redes sociais.
✅ Escute uma música que você ama: monte uma playlist relaxante e deixe pronta. Dá até pra combinar com os alongamentos ou com uma caminhadinha dentro de casa.
✅ Converse com alguém: se tiver com quem trocar uma ideia por perto, ótimo. Uns minutinhos de papo leve recarregam a mente.
✅ Dê uma volta ao ar livre: se puder sair um pouco, nem que seja na área comum do prédio ou no quintal, essa é uma ótima opção! O contato com o ambiente externo ajuda o cérebro a “desligar”.
✅ Tire um cochilo curto: um cochilo de 10 a 15 minutos pode fazer maravilhas. São as famosas “power naps”! Só lembra de colocar um alarme pra não perder o ritmo.
Viu quantas ideias boas (e possíveis) podem ser inseridas na sua rotina?
Pra fechar: pequenas pausas, grandes resultados
A diferença entre um dia produtivo e um dia esgotante, então, pode estar justamente na qualidade das suas pausas. Não é sobre parar por parar, mas sobre permitir que sua mente se recupere de verdade.
Se você sente que está usando demais o celular ou quer entender melhor como isso impacta seu foco e sua energia, assista a esse vídeo do meu canal justamente sobre esse tema (e que é um dos mais assistidos!):
Agora, que tal colocar tudo isso em prática? Escolha duas ou três sugestões dessa lista e experimente ao longo da semana. Aposto que, mesmo estudando o mesmo tanto, você vai terminar o dia com a mente mais clara e com muito mais disposição.
Até a próxima!