Se você ainda não incorporou questões ao seu estudo, é hora de repensar sua estratégia.
Resolver questões é um grande aliado para o seu aprendizado, porque é uma técnica naturalmente ativa de estudo: ela te faz prestar atenção, lembrar do que aprendeu e aplicar o conhecimento. Além disso, ajuda a identificar com precisão seus pontos fortes e as áreas que precisam de mais atenção – algo essencial para direcionar suas revisões de forma estratégica.
Mas como usar as questões do jeito certo para ter todos esses benefícios?
Por onde começar
Hoje em dia, existem várias formas de se resolver questões de concurso: as mais comuns são cursinhos (Estratégia ou Gran Cursos, por exemplo) ou plataformas de questões online (Qconcursos ou Tec Concursos, por exemplo). Cada uma tem suas particularidades, então, aqui é o ponto em que você é livre: aproveite os períodos gratuitos que muitas deles oferecem e teste qual se adapta melhor ao seu estilo de estudo.
Mas, atenção! Tão importante quanto resolver questões é saber quais delas resolver.
E é aí que saber usar os filtros faz toda a diferença. Em vez de enfrentar um mar de perguntas aleatórias, usar filtros te permite focar nos conteúdos mais relevantes, evitar desperdício de tempo e garantir que está treinando exatamente aquilo que importa para sua prova.
Agora, vamos ao que interessa: como usar os filtros de questão de forma inteligente!
5 Passos para você aprender a usar filtros de questão de forma inteligente
1. Qual a idade das questões que devo resolver?
A idade das questões é um fator importante, pois o perfil da banca tende a mudar ao longo do tempo, assim como suas preferências na cobrança de conteúdos. Então, praticar com questões muito antigas pode te levar a estudar temas que já não são mais cobrados nas provas.
Para evitar esse problema, o ideal é optar por filtrar questões dos últimos dois anos.
Mas, e se algum assunto ou matéria não tiver questões suficientes nesse período?
Isso pode sim acontecer! Nesse caso, você pode expandir o filtro de idade para três anos. Se ainda faltar material, aumente gradualmente, mas com cautela.
Aqui, tenha sempre um cuidado especial com as disciplinas jurídicas, que tendem a ter muitas questões desatualizadas.
No final, o importante é garantir que você esteja praticando com questões realmente relevantes para sua prova.
2. Devo responder apenas questões de nível médio, de nível superior ou de ambos os níveis?
Primeiro, é fundamental saber para qual nível de concurso você está se preparando.
Se o seu foco é um concurso de nível médio, concentre-se nesse nível. As questões de nível médio costumam ser mais objetivas, com maior ênfase em legislação e, às vezes, jurisprudência, mas sempre de forma mais direta e seca.
Já para concursos de nível superior, as questões tendem a ser mais profundas, com maior foco em teorias, casos práticos e análises detalhadas. Isso exige uma preparação mais intensiva, tanto no tempo dedicado à resolução quanto na profundidade do conteúdo.
Se o seu foco é para nível superior, já se torna vantajoso praticar com questões de ambos os níveis. As questões de nível médio, mais diretas, são ótimas para te ajudar a dominar a legislação e as jurisprudências, além de permitir uma preparação mais ágil.
Então, se você estuda para concursos de nível médio, foque nesse nível; para concursos de nível superior, varie entre os dois.
3. Devo filtrar as questões por carreira?
Vou começar este tópico compartilhando uma experiência pessoal:
Quando estava me preparando para a área fiscal, eu resolvia questões de direito civil e, por mais que estudasse, meu desempenho não passava de 50-60% de acertos. Eu revisava, fazia mapas mentais, mas nada parecia melhorar…
Até que um dia, eu decidi filtrar as questões pela área fiscal – mais especificamente para o cargo de auditor fiscal. E adivinha? Meu desempenho subiu para 87-88%!
O que aconteceu? Eu estava resolvendo questões de áreas como magistratura, promotor, delegado – questões práticas, complexas, que simplesmente não se encaixavam na minha preparação. Eu, inclusive, gastava muito tempo tentando entender os comentários, que, para piorar, muitas vezes não abordavam nada do que seria cobrado na minha prova.
Foi então que percebi: filtrar as questões por área ou área-irmã é essencial para ser assertivo e garantir o melhor custo-benefício para seu tempo e esforço.
Isso vai te economizar tempo tanto na resolução das questões, quanto na compreensão dos comentários.
Agora, se você já está se preparando para um cargo de nível mais avançado, como a magistratura, não faz mal praticar com questões de outros níveis. Elas vão ser úteis para reforçar os fundamentos, sem perder o foco nos conteúdos mais complexos.
4. Devo filtrar as questões por banca?
Até a definição da sua banca, resolva questões de todas as bancas.
Isso vai te tornar mais completo como candidato: você vai conseguir ver o conteúdo sob diversas perspectivas e abordagens, já que cada banca tem sua forma única de cobrar os assuntos. Esse exercício vai te ajudar a ter um domínio mais amplo do conteúdo.
Quando a sua banca for definida, é hora de priorizar as questões dela.
Mas, cuidado: não é exclusividade, é priorização. O que quero dizer com isso?
Você deve focar nas questões da banca escolhida, para se especializar nas peculiaridades dela – o que ela cobra, como cobra, o tom das questões e as interpretações que ela prefere. Porém, é importante continuar praticando com questões de outras bancas também (você pode montar alguns cadernos de questões com bancas mescladas).
Com isso, você terá uma visão mais holística do assunto, enxergando-o sob diferentes ângulos. Além disso, vale lembrar que algumas bancas acabam se influenciando, copiando estilos de outras. Então, ter essa visão eclética com certeza vai ser vantajoso.
Assim, mesmo depois de definir sua banca, continue praticando com questões de outras bancas, especialmente as mais recentes. Isso vai te ajudar a se especializar no conteúdo, dominar os diferentes aspectos do que é cobrado e até, quem sabe, antecipar possíveis novas vertentes que possam surgir na sua banca.
5. Isso é tudo?
Outro ponto importante: ao montar seu caderno de questões, não faça isso direto por matéria, por exemplo, não selecione de uma vez Direito Constitucional. Em vez disso, foque nos assuntos específicos que estão no seu edital ou no edital anterior do concurso que você quer prestar.
Muitos tópicos são bastante especializados e voltados para cargos específicos, então podem aparecer dentro de uma matéria, mas não necessariamente serão cobrados na sua prova. Se você se distrair com esses temas, pode acabar se afastando demais do que realmente importa para o seu concurso.
Na vida real, em outros tipos de estudo, como mestrado ou pós-graduação, você até pode querer explorar uma gama mais ampla de tópicos. Mas, quando o assunto é concurso, o melhor é ser assertivo. Foque no que realmente traz o melhor custo-benefício para o seu tempo de estudo.
Como eu sempre digo, inteligência se constrói, então já se inscreva no meu canal do YouTube para aprender a construir a sua. Lá você encontra tudo sobre estudos, aprendizagem, disciplina e motivação.
Te vejo lá na minha lista de futuros aprovados!