Já dizia James Clear, autor de Hábitos Atômicos: a qualidade das nossas vidas depende da qualidade dos nossos hábitos.
Se você está se preparando para um concurso ou qualquer prova importante, sabe que a jornada pode ser longa: semanas, meses ou até anos de estudo. Porém, se estudar ainda não é um hábito enraizado na sua rotina, manter a constância pode ser desafiador.
Mas, antes de tudo, você sabe exatamente o que é um hábito?
O que é um hábito?
Hábito é todo tipo de comportamento que você realiza regularmente e, muitas vezes, de forma automatizada. Ele pode ser bom, como se alimentar bem ou estudar todos os dias, ou ruim, como fumar, procrastinar ou consumir redes sociais em excesso.
Assim, os hábitos funcionam como atalhos mentais que o cérebro aprende para reduzir o esforço consciente, liberando espaço mental para prestarmos atenção em outras atividades.
Um exemplo clássico disso é dirigir: no início, tudo exige esforço – embreagem, marcha, volante. Mas, com o tempo, você automatiza o processo e consegue conversar, ouvir música e seguir o GPS sem se distrair.
A ideia dos hábitos é justamente essa: automatizar certas tarefas para liberar força de vontade, concentração e energia para outras atividades.
Criando hábitos de estudo sólidos e consistentes
Quando falamos de estudos, queremos exatamente isso: automatizar o ato de sentar e estudar, criando um espaço na rotina para que isso aconteça naturalmente e sem sofrimento.
No livro Hábitos Atômicos, James Clear apresenta o conceito de ganhos marginais: pequenas melhorias diárias que, a longo prazo, fazem uma grande diferença. Sabia que se você melhorar apenas 1% ao dia, ao final de um ano, você estará 37 vezes melhor?
Isso acontece porque resultados se acumulam. E, com bons hábitos, esse efeito é ainda mais poderoso: ajustando um pouquinho por dia, o tempo se torna seu maior aliado.
Agora, como podemos construir hábitos que realmente durem? Vamos às estratégias práticas.
As 4 leis para a mudança de hábitos
No livro Hábitos Atômicos, James Clear traz quatro leis para mudança de comportamento, que servem tanto para estimular bons hábitos, quanto para eliminar os ruins.
Elas funcionam como um espelho: cada regra para criar um hábito positivo tem um equivalente inverso para eliminar um negativo.
1. Para aumentar um bom hábito, torne-o claro; para retirar um hábito ruim, torne-o invisível
Para criar bons hábitos, defina claramente o que, quando e como fazer. No caso dos estudos, em vez de dizer “vou estudar amanhã“, diga “vou estudar Direito Constitucional amanhã, das 18h às 19h, aula X, usando o material Y”.
Para eliminar maus hábitos, tire os gatilhos do seu campo de visão. Se o celular te atrapalha, por exemplo, guarde-o longe, em outro cômodo.
2. Torne o bom hábito atraente e o mau hábito desinteressante
Associe o estudo a recompensas. Visualize sua aprovação, imagine a comemoração e os benefícios do seu esforço. E, após uma meta atingida, permita-se pequenas recompensas, como, por exemplo, assistir a um episódio da sua série favorita.
Reflita também sobre as consequências do mau hábito. Tente atribuir a ele o significado que ele realmente tem na sua vida, ou seja, como ele está te impedindo de chegar onde você quer. Ao perceber isso, você naturalmente vai deixando o hábito ruim de lado para criar espaço para novos hábitos.
3. Torne o bom hábito fácil e o mau hábito difícil
Reduza as barreiras iniciais. Se o seu objetivo é estudar, deixe o material de estudo preparado no dia anterior. Eu, por exemplo, todo dia arrumo a minha mesa do escritório com tudo o que eu vou precisar para a primeira tarefa do dia seguinte.
Por outro lado, dificulte os hábitos ruins. Se as redes sociais são um problema para você, por exemplo, remova os aplicativos da tela principal ou ative restrições de tempo.
4. Torne o bom hábito satisfatório e o mau hábito insatisfatório
Use técnicas de gamificação para incentivar bons hábitos. Mas como funcionam essas técnicas na prática?
No caso dos estudos, por exemplo, você pode acompanhar sua constância marcando os dias consecutivos de estudo em um calendário. Criar desafios como “10, 15 ou 20 dias seguidos sem falhar” reforça seu compromisso com o hábito e, é claro, te motiva a não quebrar a sequência.
Criar esse “jogo” com você mesmo ajuda muito a manter a sua motivação.
Além disso, tenha um parceiro de responsabilidade para ajudar na disciplina. Compartilhar suas metas com alguém que te incentive vai te ajudar a persistir no hábito desejado.
A cereja do bolo: a identidade que você assume
Por fim, minha parte favorita: seus hábitos estão ligados à sua identidade, ou seja, a quem você decide se tornar. A forma como você se enxerga e se mostra para os outros impacta diretamente o seu comportamento.
É justamente isso que James Clear explica em Hábitos Atômicos: toda mudança duradoura começa com a escolha da identidade.
Pense nisso: um fumante que diz “Estou tentando parar” ainda se enxerga como fumante. Mas aquele que afirma “Eu não fumo mais” já tomou sua decisão e age de acordo com ela.
Nos estudos, é a mesma coisa.
Se você ainda se vê como alguém que tenta estudar, cada dia será um sacrifício. Mas, ao assumir para si a identidade do aprovado, aquele que estuda todos os dias, a constância e disciplina se tornam parte de quem você é – e estudar passa a ser algo automático na sua rotina. No fim, é isso que um bom hábito faz por você, né?
Portanto, decida o tipo de pessoa que você quer ser e prove para si mesmo essa nova identidade com pequenas vitórias diárias. Você vai perceber que, com o tempo, o que antes era um sacrifício se torna natural.
E lembre-se: agora é a hora de abandonar velhas crenças que limitam seu potencial: “Sou péssimo em exatas.”;”Não consigo me concentrar.”; “Nunca aprendo nada de primeira.”.
Essas são apenas histórias que você contou para si mesmo ao longo do tempo. Mas você pode (e deve!) mudar essa narrativa. Deixe os bons hábitos crescerem em você e verá que essas crenças irão perder força.
Agora, me diga: quem você quer ser?
Vamos juntos transformar os estudos em um hábito sólido e duradouro!
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